A proposta de criação dessa área de conhecimento foi gradual, a partir de pesquisadores que, no século XIX e XX, investiram em estudos no campo do comportamento humano e sua relação com a atividade física e o esporte.
Outro fator relevante para o surgimento da Psicologia do Esporte foi o crescimento da prática esportiva como um fenômeno social e a realização de eventos que foram se expandindo com a volta dos Jogos Olímpicos. Assim, pode-se destacar como grande figura desse movimento de reformulação do esporte Pierre de Coubertin, que dedicou sua vida ao resgate deste megaevento esportivo e à elaboração dos valores do Olimpismo, os quais são fundamentais para o andamento do trabalho realizado pela Psicologia do Esporte.
O renascimento dos Jogos Olímpicos foi um marco importante para essa área de estudo, pois cada vez mais o interesse pelo entendimento das relações existentes no esporte foi crescendo e, com isso, os técnicos e grupos de assistência ao atleta começaram a entender a importância do envolvimento da Psicologia nãos só para melhorar o desempenho dos esportistas, mas também a fim de manter a mente deles forte para superar suas metas dentro do esporte.
Em maio de 1913, ocorreu um Congresso Olímpico em Lausanne, na Suíça. Esse evento, que foi liderado por Pierre de Coubertin, foi convocado com o objetivo de fazer o batismo de notoriedade a uma nova ciência: a Psicologia do Esporte. A data simbólica indica o momento em que se constituiu formalmente o elo entre o Olimpismo e a Psicologia. Após esse episódio, os conceitos psicológicos passaram a estar cada vez mais presentes nas reuniões do Comitê Olímpico Internacional (COI), transparecendo inclusive nos cuidados de saúde mental dos atletas Olímpicos atualmente. Ainda, existem registros de que, no mesmo ano, o Barão escreveu um livro intitulado “Essays in Sport Psychology”, que tornou a relação do Esporte com a Psicologia mais conhecida publicamente.
A partir esses acontecimentos, outros nomes importantes como Colleman Griffth foram publicando suas reflexões a respeito da ciência esportiva e psicológica que vinha se consolidando, principalmente na Europa. Psicólogos iniciaram acompanhamentos com atletas que estavam período de preparação para os Jogos Olímpicos, processo que aconteceu em vários lugares do mundo, como no México e Estados Unidos. Os trabalhos disponibilizados por esses profissionais tomavam um rumo bem definido: ajudar atletas de alto nível a alcançar o máximo de seu potencial. Além disso, as pesquisas que estavam sendo publicadas eram a respeito da prática mental, da motivação, do reforço para melhor desempenho, da relação técnico e atleta, da personalidade do praticante do esporte e do controle de stress.
Como visto, o estabelecimento da Psicologia do Esporte foi um processo intenso e gradativo, que teve grande influência do criador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. O francês foi responsável pelo batismo dessa ciência e, posteriormente, publicou diversas reflexões sobre o encadeamento da mente e do corpo e a notabilidade da Psicologia no contato do indivíduo com a prática esportiva.
Dessa maneira, o CBPC relembra os esforços de Pierre de Coubertin para consolidar a Psicologia do Esporte como ciência reconhecida e por impactar a vida de tantas pessoas com as suas reflexões e iniciativas.
Imagem de capa: Lausanne 1913 – Inauguração do Congresso Olímpico, presidido por Coubertin, no centro do estrado (CBPC).