Hoje, 28 de abril, celebra-se o Dia da Educação. Escolhida no Fórum Mundial de Educação, há 21 anos, a data tem o objetivo de incentivar e conscientizar a população internacional acerca da importância do contexto educacional como grande responsável pela construção de valores sociais, éticos e morais, essenciais ao desenvolvimento e formação de cada indivíduo.
Nesta perspectiva, relembramos Pierre de Coubertin que, além de amante de esportes e idealizador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, deu muita importância para a educação como um grande pedagogo, e incentivava o equilíbrio entre as atividades físicas e os estudos para as crianças desde cedo. Acreditava que com o esporte se poderia conquistar capacidade física e saúde ideais, mas sobretudo uma harmonia entre o espírito, a mente e o corpo.
Pierre de Coubertin viveu uma batalha educativa permanente, e durante esse processo foram feitas duradouras viagens para estudar metodologias de ensino diferentes empregadas em outros países, senão a França. Coubertin não estava satisfeito com o ensino francês, e esse foi um dos motivos pelos quais ele recorreu a Inglaterra para observar e aprender como os jovens eram tratados nas instituições de ensino e como a Educação Física fazia parte deste movimento.
Quando chegou ao país britânico, logo viu a marca de Thomas Arnold, a quem concedeu inúmeras dedicatórias e lembranças durante seus trabalhos. Arnold foi clérigo e diretor durante 14 anos do Rugby College, mas este não foi o principal motivo que conquistou a admiração de Coubertin: ele transformou a escola em uma instituição. O educador converteu o esporte em uma ocupação séria, trabalhando iniciativas e a formação de pessoas com base no pleno desenvolvimento do indivíduo. Além disso, propagou uma educação psicológica capaz de tornar visível o lado sensível do ser humano e fomentou uma educação moral capaz de dar autonomia aos adolescentes para suas tomadas de decisões. Thomas Arnold contribuiu para o esporte com uma Educação Física que forma o indivíduo para a vida.
Pierre de Coubertin se impressionou com a liberdade com a qual os alunos ingleses eram tratados dentro das escolas e também destacou que o esporte é um dos prazeres que asseguram o gosto dos estudantes por estarem naquele local. Na época, Coubertin se referia a Thomas Arnold como “O pai da educação inglesa atual” e um dos primeiros a esboçar uma pedagogia desportiva. Em uma de suas passagens, Arnold fala sobre a autonomia e a liberdade dos estudantes na instituição escolar: “Meu objetivo é ensinar aos meninos a governarem-se a si mesmos, o que é bem melhor do que eu os governe”.
“A tarefa do educador consiste em fazer frutificar o germe em todo o organismo, em transportá-lo de uma determinada circunstância a todo conjunto de circunstâncias, de uma categoria especial de atividade a todos os atos do indivíduo. Isto foi o que fez Thomas Arnold e o que os pedagogos britânicos aprenderam com ele“, disse Coubertin, ao falar da influência de Arnold no progresso da educação inglesa.
Para os jovens estudantes, Coubertin se referia ao esporte como um instrumento valioso se usado da maneira correta ao invés do benefício próprio, ensinando para as pessoas próximas a prática esportiva, propagando a educação. Diante desta ótica, o Barão acrescenta: “O estudante deve ter a liberdade de organizar sua vida desportiva, mas se deve animá-lo, facilitando-lhe os meios materiais, técnicos e financeiros, criando uma atmosfera favorável ao seu redor“.