Hoje (sexta-feira, 2) marca o aniversário de 85 anos do falecimento de Pierre de Coubertin, quem dedicou maior parte de sua vida para alcançar a revolução na educação e no âmbito esportivo, a partir da ideia de trazer de volta a tradição dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, utilizando-se do esporte como um meio para concretizar este sonho. Pierre de Frédy foi um apaixonado pela leitura e educação – uma de suas principais motivações durante toda sua trajetória.
Um dos feitos que tornaram a figura de Coubertin reconhecida mundialmente é justamente a restauração dos Jogos, que são lembrados e realizados até hoje em diferentes partes do mundo, evidenciando a força da internacionalização que o megaevento possui e que Coubertin tanto almejava. Entretanto, os Jogos foram apenas mais uma ferramenta de propagação dos ideais humanistas que o Barão incentivava entre crianças e adolescentes, sobretudo na França, seu país natal. Também serviram como um sistema educacional, o qual potencializou o sentido da Filosofia Olímpica promovendo os Valores Olímpicos de Respeito, Amizade e Excelência, além de outros olhares que buscassem o desenvolvimento de uma sociedade mais pacifista e justa. Nesta direção, atletas, treinadores e demais agentes do Movimento Olímpico deveriam servir como exemplos para os cidadãos, de acordo com o francês.
Desde sua juventude, Coubertin defendeu que a prática de exercícios físicos não deveria ser restrita ou exclusiva para uma determinada classe social, a fim de introduzir o esporte para todos os públicos. Quando mais velho, viajou o mundo conhecendo diferentes modelos educacionais e competições esportivas, como os Jogos Olímpicos realizados em Much Wenlock (Inglaterra), os quais serviram como impulso para Coubertin e marcaram o estopim da ideia que definiu o retorno dos Jogos Olímpicos, desta vez na Era Moderna.
Após um longo período de tentativas, em 1894 Pierre de Coubertin atinge seu objetivo durante uma conferência no anfiteatro da Sorbonne, onde reuniu representantes do mundo todo para trazer de volta o megaevento, neste mesmo dia foi criado o Comitê Olímpico Internacional.
Pierre de Coubertin veio a falecer no dia 2 de setembro de 1937, aos 73 anos, e em um de seus últimos textos, o Barão faz uma reflexão sobre toda a sua trajetória e revela que considera o Movimento Olímpico apenas parte de sua obra, sendo a outra metade, dedicada à pedagogia direcionada as reformas educacionais, aos aprendizados e aos ensinamentos: “Mas o Olimpismo não representa senão uma parte de minha empresa, mais ou menos a metade. Portanto, minha “sinfonia” pedagógica se compõe de uma parte acabada e de outra que não o está”, comenta. Seu maior receio era o rumo que o Movimento Olímpico iria tomar após sua saída, se questionando sobre as condições para sustentar a própria base pedagógica pela qual o Olimpismo foi criado.
Apesar da atribuição “Ilustre Desconhecido”, cunhado por Jean Durry, Pierre de Coubertin e seu legado Olímpico está e ficará marcado na história, o Barão foi o responsável por promover, através dos Jogos Olímpicos, uma cultura de respeito, tolerância, igualdade, esperança e união entre os povos. Foram estas ideias e iniciativas que auxiliaram a reforma educacional na França e maior alcance do esporte e da paz para todos em escala global, como refletiu na sua mensagem radiofônica sobre o Olimpismo, em 1935: “Celebrar os Jogos Olímpicos é reivindicar uma inspiração da história […] Pedir a diversas pessoas a amar umas às outras é mera infantilidade. Pedir-lhes que se respeitem não é Utopia, mas para respeitar uns aos outros é necessário conhecer uns aos outros”.
Imagem de capa: Cerimônia de transferência do coração do Barão Pierre de Coubertin, Olímpia, 1938 – O Príncipe Herdeiro Paulo da Grécia coloca a urna com o coração de Coubertin no fundo da estela dedicada ao Barão (Comitê Internacional Pierre de Coubertin).