Na noite do dia 15 de janeiro, foi transmitido ao vivo através do canal do YouTube da Nova Acrópole Brasil o evento: “Um Diálogo sobre as Cerimônias Olímpicas”. Com moderação de Jerusa Garay, voluntária da Nova Acrópole, o webinário teve como palestrantes o Prof. Nelson Todt, presidente do Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin e Vice-Presidente do Comitê Internacional Pierre de Coubertin, Francisco “Paco” Iglesias, diretor da Escola Nova Acrópole e José Olives, diretor da Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992 e catedrático de Antropologia e História do Pensamento. O evento faz parte de um conjunto de atividades que o Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin irá realizar no ano de 2024 em parceria com a Nova Acrópole.
O webinário foi realizado no formato de perguntas e respostas, no caso a moderadora Garay fazia uma pergunta por vez para cada um dos convidados. Ao total, cada um respondeu três perguntas. Logo de início, o Prof. Todt foi questionado do porquê de a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos ser mais assistida do que as próprias competições disputadas. Para o Prof. Todt: “Não se tem uma resposta concreta, mas pode fazer várias interpretações. Coubertin já sabia da importância dos rituais e cerimônias pra marcar o evento Olímpico como algo diferente de qualquer outro evento esportivo. A cada quatro anos, através dos Jogos Olímpicos e da cerimônia de abertura, a humanidade renova seu desejo de paz, entendimento e da busca de um mundo melhor, e isso fica muito marcado pela cerimônia, pois ali estão todas as raças, etnias, todas as diferenças naquele momento são marcadas mas são aceitas. Através dessa celebração da humanidade representada pelos símbolos e Valores Olímpicos fazem todos renovar sua esperança e entendimento por um mundo melhor”.
Logo após, foi a vez de Paco responder, desta vez a pergunta abordava a importância de um símbolo dentro das cerimônias e rituais: “É muito importante entender o que é um símbolo, não confundir um símbolo com um sinal, um símbolo é mais profundo, como se os símbolos que vemos fossem o corpo de uma alma, a representação física de uma alma em geral”.
Na sequência a pergunta foi para José Olives, que foi questionado sobre a relação que o personagem mitológico Hércules tinha com os Jogos Olímpicos da Grécia Antiga e, correlacionando com o conceito de herói trazido pelo Olimpismo moderno, Olives então respondeu: “Hércules é uma figura fundamental, que temos que compreender que estamos falando de nós mesmos, Hércules é um herói, se refere a um coletivo, uma escola espiritual. Hércules é um ser completo espiritual, o herói que temos dentro de cada um de nós. Em sua história Hércules aparece como filho de um deus e uma mulher mortal, fazendo uma alusão a nós mesmos, que remete ao interesse por aprender, por se revolucionar. Os 12 trabalhos de Hércules nada mais são que nossos trabalhos da vida, um desportista que treina ou trabalha a cada dia para se tornar melhor, a vida de Hércules é um contínuo trabalho, pode ser visto também como uma pacificar as nações, formas de governo pacífico”.
Durante o webinário ainda fora questionado para os palestrantes a visão que o criador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, Pierre de Coubertin, tinha sobre as cerimônias e alguns tópicos que se relacionam com elas, como o aspecto simbólico trazido pela Tocha Olímpica e todas as tradições culturais e criativas que são evidenciadas durante o revezamento no país-sede; a influência no restante da vida de quem participa de uma cerimônia de abertura; e também a relação da Cerimônia de Abertura dos Jogos com a educação Platônica, correlacionando o conceito dado pelo filósofo de música e exercício.