Hoje (quinta-feira, 3 de junho) celebra-se o “Dia Mundial da Bicicleta”. A data foi oficializada durante a Assembleia Geral das Nações Unidas na ocasião da 72ª sessão de 12 de abril de 2018. A resolução que atesta o reconhecimento destaca o veículo como um poder de transformação, representando um impulso maior em relação ao apoio do uso da bicicleta e do esporte contra doenças cardiovasculares e favorecendo, ainda, um ar mais limpo, cidades mais humanas e menos violentas, na promoção de educação e geração de saúde.
A resolução foi obra do Professor Leszek Sibilski, pesquisador do esporte que direcionou um projeto acadêmico para estudar a utilização da bicicleta no desenvolvimento da sociedade e dos indivíduos: “Tudo começou com duas postagens em blogs que escrevi. A primeira, em fevereiro de 2015, foi intitulada “Ciclismo é um negócio de todos”. Um ano depois, escrevi em outro blog “Por que não existe um Dia Mundial da Bicicleta”, argumentando que a bicicleta merecia ser comemorada por sua contribuição para o bem-estar humano. Este artigo tocou as pessoas. Duas semanas depois, eu estava entregando a primeira apresentação no colóquio “Scientists for Cycling” em Taipei, Taiwan, apresentando meu caso para o Dia Mundial da Bicicleta. Minha palestra foi convincente: durante o discurso final, a conferência reconheceu que a dedicação de um dia para celebrar a bicicleta seria na bem-vindo”, comentou Sibilski para o site do Banco Mundial.
Utilizada há mais de dois séculos, a bicicleta está além de ser um meio de transporte simples, economicamente em conta e amigo do meio ambiente. Em maio de 1937, Pierre de Coubertin já chamava atenção para seus benefícios, ressaltando a importância de se trabalhar o equilíbrio ao subir no veículo, a fim de ser controlado determinantemente pela postura e a harmonia entre os movimentos de membros superiores e inferiores. Na oportunidade, falou: “É a humanidade realmente consciente de tudo o que lhe deve a bicicleta – não somente no que diz respeito a técnica, mas também, e eu diria acima de tudo, no que tange a sua tendência física ascendente? Está consciente a humanidade da quantidade incrível de destreza, equilíbrio, confiança em si mesmo, bem-estar físico e força muscular que esta invenção maravilhosa trouxe para a raça humana? Somente isso já basta para que o ciclismo esteja representado no programa dos Jogos Olímpicos, como uma espécie de homenagem de gratidão à humanidade”.
O francês nunca deixou de incentivar as provas de ciclismo nos Jogos Olímpicos, cuidando detalhadamente das características das pistas e as necessidades de cada atleta. Assim como a esgrima e o atletismo, o ciclismo está entre os raros esportes que sempre fizeram parte do programa Olímpico. O ciclismo de estrada, no entanto, não estava no programa dos Jogos de Paris 1900, St. Louis 1904 ou Londres 1908.
A primeira prova de estrada da história Olímpica aconteceu em 1896 na rota da maratona nos primeiros Jogos da Era Moderna. Desde os Jogos de 1912 em Estocolmo, a modalidade perseguição individual foi organizada em cada edição do megaevento. Em 1996 marcou a estreia da prova de contrarrelógio individual nos Jogos Olímpicos de Atlanta.
O ciclismo Olímpico foi adicionado ao programa feminino em Los Angeles em 1984, com um evento individual de estrada. Mais tarde, em 1996, o contrarrelógio individual foi incluído assim como no masculino.
Nesta perspectiva, para celebrar o Dia Mundial da Bicicleta, neste sábado (5 de junho), às 16h (horário do Brasil), o Centro Latinoamericano de Estudios Coubertinianos (CLEC) realiza sua oitava sessão do ciclo de plenárias “Mens Fervida” com o tema “El Día Mundial de la Bicicleta como parte de la visión de Pierre de Coubertin”. Para refletir sobre o assunto, a Sra. Elvira Ramini (Suíça) mediará os discursos de Leszek Sibilski (EUA) e Felipe Targa (Colômbia). O evento será em inglês com tradução simultânea para o espanhol (gratuitamente).
O CLEC une todos os Comitês Nacionais Pierre de Coubertin existentes na América-Latina e aqueles que buscam ser reconhecidos. Seu objetivo é fomentar a participação ativa de investigadores e interessados na vida e obra de Pierre de Coubertin, promovendo projetos acadêmicos e transferência de conhecimento educativo.